Quase uma vida inteira de doação ao Fast Clube, essa é a trajetória de Ozinaldo de Lima Nogueira, ou simplesmente Labilá. Atuando pelo Rolo Compressor desde 2005, o goleiro chega aos 150 jogos com a camisa do Tricolor de Aço escrevendo seu nome na história do clube como um dos atletas que mais vezes, literalmente, defendeu as traves da equipe. Com 16 anos de carreira, o santareno, que entre idas e vindas usou a camisa 1 do Fast por oito temporadas, relembra do maior momento defendendo as metas do Rolo Compressor. "Momento marcante pra mim foi na Copa do Brasil naquele jogo com o Vasco que nós tivemos aqui com o Vivaldão lotado. Nunca tinha jogado com o estádio tão cheio. Nós conseguimos fazer uma boa partida e levar o jogo pra São Januário, que era o nosso objetivo”, recorda Labilá comentando a grande atuação contra o Cruz-Maltino. “Aqui, fiz grande defesas e ajudei a equipe do Fast a ir pro Rio, que era um propósito dos diretores. A gente não podia ser eliminado porque a cota era dividida e naquele dia a renda deu bem boa. Deu pra pagar nossos salários e tirar os atrasados”, recorda. Labilá perdeu as contas de quantas vezes salvou o Tricolor das derrotas. Porém, o goleiro revela que está numa contagem regressiva para “pendurar as luvas” ao final do Amazonense. “Meu último campeonato profissional é esse Barezão. Terminou aqui, não pretendo mais esticar não”, disse Labilá, que acaba de ser pai pela terceira. “Já venho planejando isso (aposentadoria) há uns dois anos. Acho que não dá mais, quero acompanhar o crescimento das minhas filhas. Quero ser tudo que um pai tem de ser pro seu filho. Desde o começo quando criança e acompanhar todos os mimos”, confessou o goleiro se emocionando ao falar das filhas Manuela, Gabriela e caçula, Rafaela. “Ultimamente, quando paro em casa, que fico dois a três meses lá com elas, é uma alegria só. É difícil até falar porque minha filha fica falando: ‘papai, estou com saudades. Vem logo!’, aí fica difícil até de falar. Mas creio que vou terminar bem esse campeonato”, disse o arqueiro com lágrimas nos olhos. Números na cabeça Aos 34 anos, Labilá já tem na cabeça os planos pro futuro. Fã de números, o camisa 1 do Fast Clube vai trocar as luvas pela calculadora. “Tenho um objetivo traçado. Eu curso faculdade de Ciências Contábeis e pretendo terminar e exercer a função, que é o que eu sempre quis. Isso (profissão) vem do meu sogro, ele já é falecido e queria muito que eu tocasse o escritório de contabilidade dele. Infelizmente, ele faleceu em 2014 e botei na cabeça que eu ia fazer isso por ele. Vou terminar meus estudos e tocar o escritório de contabilidade em homenagem a ele”, revelou o jogador. Conquista Com a camisa do Tricolor, Labilá ergueu apenas o troféu da Copa Amazonas, em 2015, onde ajudou a tirar o Fast do jejum de títulos. Mas a trajetória do arqueiro no Rolo Compressor é marcada por grandes campanhas no clube. “Único título que ganhei com o Fast foi o da Copa Amazonas, mas disputei três finais seguidas, outras duas semifinais e as outras que ficamos pela metade do caminho”, relembra Labilá apontando o principal objetivo em seu último ano como atleta profissional. “Meu objetivo principal é terminar bem. Título é consequência, a gente não sabe quem vai ser campeão, sei que eu vou trabalhar pra ser campeão”, disse o ídolo fastiano revelando o desejo de parar por cima. “Estou focado e trabalhando muito junto com meus companheiros. Meu objetivo sempre é de fazer grandes partidas e terminar o campeonato sendo um dos destaques da competição. Isso é meu foco, até porque não quero parar porque estão me parando, quero parar porque eu mesmo desejo parar”, concluiu.
Foto: Euzivaldo Queiroz Fonte: Jornal A Crítica
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